Brubaker e os Phillips aprofundam a parceria e o suspense em novo volume de Reckless, explorando amizade e traição no submundo de Los Angeles.
Assim como uma boa música ou uma refeição que aquece a alma, Reckless — criado pelo power trio formado por Ed Brubaker, Sean Phillips e Jacob Phillips — entrega aos leitores uma narrativa envolvente e personagens que proporcionam um raro senso de pertencimento e conforto.
Concebida em plena pandemia, a série nasceu da busca de Brubaker por histórias que oferecessem um refúgio emocional. O resultado? Uma história de detetive clássico, reimaginada com toques de intimidade e humanidade. Protagonizado por Ethan Reckless, um ex-agente do FBI da Califórnia e que mais parece saído de um filme de ação dos anos 80: cabelos parafinados, físico robusto e uma bússola moral que guia suas escolhas. Trabalhando ao lado da parceira rebelde Anna, ele conduz suas operações a partir de um antigo cinema em Los Angeles, o icônico “El Ricardo”.
No terceiro volume da série, “Morte aos Monstros”, a já complexa parceria entre Ethan e Anna é testada como nunca antes. Contratado por um político local para expor um empresário corrupto especializado em golpes contra pequenos comerciantes, Reckless se vê em um jogo perigoso. Mas o que deveria ser um caso simples logo se desdobra em uma teia de corrupção, ameaçando a vida de Anna e a relação que sustenta a narrativa.
Este volume é, ao mesmo tempo, um thriller envolvente e uma exploração profunda da amizade. Enquanto Ethan desce cada vez mais na escuridão das investigações, o leitor é levado a questionar se a conexão entre os dois personagens conseguirá resistir às pressões externas — e internas.
Brubaker e os Phillips brilham mais uma vez, equilibrando a tensão do crime noir com momentos genuínos de calor humano. “Morte aos Monstros” é um lembrete de que mesmo nas histórias mais sombrias, ainda há espaço para o coração.