Renan Souza revela como encontros mensais aproximam fãs e preservam HQs do Norte
O Clube HQ nasceu da inquietação de Renan Souza ao descobrir talentos e obras incríveis em Belém e na região Norte, mas perceber que poucas pessoas conheciam esse material. Junto com Jonathan Davi, Edielson Prestes e, logo depois, Gabriela Ribeiro, ele organizou o primeiro encontro temático para apresentar quadrinhos de forma descontraída e acessível.
Realizar eventos em bibliotecas, centros culturais e até espaços abertos aos finais de semana foi um grande desafio. Renan explicou que muitos desses locais funcionam apenas de segunda a sexta, mas ele contornou o obstáculo agendando atividades em horários alternativos, garantindo sempre a participação do público.

A curadoria dos HQs parte de pesquisas e leituras aprofundadas. Renan busca obras que dialoguem com o tema escolhido e que ofereçam identificação ilustrativa ou narrativa. Em alguns meses, ele seleciona quatro a seis títulos e abre enquete para que os próprios participantes votem na história a ser debatida.
Os mediadores fixos, formados em Biblioteconomia, conduzem trabalhos técnicos de conservação das edições, contribuindo para que quadrinhos sirvam de fonte acadêmica nas pesquisas da UFPA. Esse cuidado garante que as revistas e álbuns permaneçam íntegros para gerações futuras de leitores e pesquisadores.

A diversidade de visões surge da união de mediadores e estudantes de diferentes cursos, que trazem perspectivas plurais aos bate-papos. Renan destaca que nada substitui a troca presencial: “O diálogo harmonioso e divertido gera insights únicos sobre cada obra.”

Um encontro marcante aconteceu em agosto de 2024, durante a Feira Pan-Amazônica do Livro. No tema “Visualidades Amazônicas”, o Clube HQ discutiu O Chapéu do Boto e Quadrinhos à Margem na presença dos próprios autores, fortalecendo a conexão entre criadores e leitores.

Para o futuro, o Clube HQ planeja levar seus encontros a novos espaços e municípios, sorteando HQs paraenses a cada sessão e expandindo o projeto a cidades como Marabá. Renan mantém vivo o objetivo de disseminar, conservar e valorizar a produção de quadrinhos do Norte do Brasil.
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