Lenda do hardcore paraense celebra 40 anos de resistência com shows ao lado de ícones do punk nacional e internacional
Quarenta anos não se atravessam impunemente no submundo do hardcore. Delinquentes, a banda que moldou a fúria sonora das ruas de Belém desde os anos 80, está viva, pulsante — e mais barulhenta do que nunca.
Nesta segunda-feira (14), o grupo paraense lança o webclipe de “Chernobyl”, um hino resgatado das entranhas de sua primeira fase — direto dos becos da história do punk — agora remodelado com o peso devastador de seu disco mais recente, A Serpente. A música revisita o desastre nuclear que assombrou o mundo em 1986, e o clipe traduz em imagens o clima caótico e apocalíptico que sempre fez parte do imaginário da banda.
Como se não bastasse a nova pedrada visual, a Delinquentes também desembarca em São Paulo para uma miniturnê que tem tudo para entrar para o livro de memórias da cena underground brasileira. Entre os dias 17 e 20 de abril, o grupo assume o palco de lendárias casas paulistanas, como o Hangar 110 e o Central Panelaço, ao lado de pesos-pesados do punk nacional — Mercenárias, Garotos Podres, Gritando HC — e internacionais, como os portugueses do Simbiose.


A tour, organizada pela Xaninho Discos dentro do projeto Buena Onda, é, segundo o vocalista Jayme Katarro, a mais bem estruturada da história da banda em terras paulistanas. “Voltar ao Hangar 110, ao Central Panelaço, rever os amigos da Casa Punk… tudo isso reafirma o que sempre defendemos: hardcore não é moda, é resistência”, crava Jayme, sem poupar palavras.


No dia 20, o Delinquentes encerra a jornada sonora no Porão da Cerveja, ao lado da banda Pós-Guerra — que, ironicamente, perpetua a memória da Delinquentes com um cover tirado de fitas cassetes dos anos 80.

Seja nos riffs cortantes de “Chernobyl”, seja nas distorções afiadas que vão ecoar nos palcos paulistas, a mensagem é clara: o punk não morreu. Muito menos em Belém.
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