dezembro 7, 2025
Música

Egitorock é o novo ritual do synthwave gótico brasileiro

Mariô Onofre, a mente por trás de EGITOROCK, explora sombras e luzes em uma fusão inédita de rock e sintetizadores. Foto/Divulgação

Mariô Onofre lança manifesto sonoro que une a densidade de Nick Cave a batidas digitais. Descubra como o projeto redefine a cena dark nacional.

Se você acha que a cena gótica parou nos anos 80, precisa ouvir Egitorock. O novo projeto de Mariô Onofre chega como um “manifesto íntimo”, quebrando barreiras entre o analógico e o digital. Com raízes que se estendem de São Paulo à Bahia, a artista entrega uma sonoridade que define como “Gothic Synthwave” somado ao “Rock Eletrônico”.

A proposta vai muito além de apenas música sombria. Imagine Nick Cave comandando um ritual profano dentro de uma discoteca pós-apocalíptica, ou a lendária Siouxsie Sioux reinterpretando mitos brasileiros através de ondas sonoras distorcidas. É exatamente nessa intersecção que EGITOROCK opera: as letras funcionam como poemas viscerais sobre amor e perda, enquanto os arranjos eletrônicos constroem o cenário perfeito para uma reinvenção pessoal.

A ascensão do gótico brasileiro

O lançamento de Egitorock não acontece no vácuo. O projeto se insere em um movimento global vibrante onde artistas negros reivindicam seu espaço na subcultura gótica. Embora o gênero seja historicamente associado a ícones europeus brancos — como Bauhaus e The Cure —, as raízes do rock e da expressão da dor através da música remetem a lendas negras como Screamin’ Jay Hawkins, cujas performances teatrais nos anos 50 plantaram a semente do que viria a ser o gótico.

O Brasil, inclusive, destaca-se como um polo criativo dessa cena alternativa emergente. Projetos como o de Mariô Onofre desafiam a ideia de que o gótico é uma cultura eurocêntrica exclusiva. Pelo contrário, a nova onda do “Afrogoth” utiliza a estética dark para processar traumas históricos e celebrar a beleza negra, transformando a dor em arte e resistência.

Entre sussurros e hinos

A performance vocal de Egitorock é o fio condutor dessa experiência. Mariô transita com habilidade entre sussurros confessionais — quase segredos contados ao pé do ouvido — e clímax operísticos que lembram preces ecoando entre paredes digitais. É uma viagem sonora onde “sombras e luzes” duelam, provando que a música eletrônica pode ter alma, sangue e coração pulsante.

Foto/Divulgação

Para os fãs de cultura pop que buscam fugir do óbvio e mergulhar em narrativas densas, Egitorock é a trilha sonora ideal para os tempos atuais: introspectiva, potente e visualmente cinematográfica.

O mergulho definitivo nesse universo tem data marcada: 08 de dezembro. É quando chega a todas as plataformas de streaming o primeiro EP de Egitorock, trazendo quatro faixas inéditas que materializam o “manifesto íntimo” de Mariô Onofre. Prepare-se para ser transportado por melodias que funcionam como hinos e preces, onde as sombras do gótico encontram a luz dos sintetizadores em narrativas viscerais de amor e reinvenção. Fique ligado no HQPOP para não perder nenhum acorde desse ritual que promete redefinir o underground nacional.

Editor
Ilustrador, cartunista e quadrinista com mais de 30 anos de carreira. Premiado internacionalmente, destaca‐se pela crítica ácida e humor irreverente. Agora, como editor do HQPOP, ele traduz a cultura pop com ousadia e criatividade.

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