Do ninja vermelho forçado pelos fãs ao guerreiro da Living Forest cuja história só o criador conhece. Descubra os enigmas que nem John Tobias desvendou.
O Bug, o rock e a floresta: o mistério que Mortal Kombat se recusa a revelar
Desde que John Tobias, co-criador da franquia, incluiu o ninja Reptile no Mortal Kombat 1, lançando as bases para uma caçada frenética por pistas secretas, o universo Mortal Kombat se tornou um campo fértil para mitos urbanos. A Midway (hoje NetherRealm Studios) não apenas abraçou essa cultura do segredo, como a transformou em arte, gerando histórias de origem que desafiam a lógica e mantêm os fãs em fóruns por décadas. Mas enquanto muitos enigmas foram desvendados, existe um guerreiro cuja história é um segredo guardado tão a fundo que nem os próprios criadores conseguem explicar.
Para entender o quão bizarro é o lore de Mortal Kombat, basta olhar para as adições mais recentes. Em uma jogada surpreendente, a franquia introduziu Floyd, um ninja secreto de cor rosa. A homenagem não é aleatória: Floyd é uma celebração pura e visceral à lendária banda britânica Pink Floyd. O personagem carrega um prisma em suas animações, uma clara alusão à icônica capa de “The Dark Side of the Moon”. Além disso, um de seus golpes especiais mais notórios é o “Wish You Were Here”. Para desbloqueá-lo, a comunidade de jogadores precisou se unir e decifrar pistas enigmáticas de Ed Boon, eventualmente o enfrentando como um chefe secreto, mantendo viva a tradição da caça.
A força da comunidade, aliás, não é novidade em Mortal Kombat. O ninja Ermac é a prova definitiva de que, às vezes, um boato tem mais poder do que o próprio código do jogo. Ermac nasceu de um erro técnico no Mortal Kombat 1: seu nome vinha de uma linha de teste, “error macro” (ou “Er Mac”), usada pelos desenvolvedores para identificar bugs. No entanto, bastou a presença de um contador de Er macs na tela de configurações para que os jogadores “ligassem os pontos”, criando uma lenda.
Boatos como o de que um ninja vermelho apareceria se você vencesse 50 lutas seguidas sem levar dano ou derrotasse Reptile com um “Fatalite Secreto” explodiram, mesmo com a Midway jurando que o lutador não existia. Os rumores ficaram tão fortes que a desenvolvedora tomou uma decisão inédita: transformaram a lenda em realidade. Ermac, o ninja vermelho que manipula almas, finalmente apareceu como um personagem jogável através de códigos secretos em Ultimate Mortal Kombat 3.
Mas se Ermac e Floyd tiveram suas histórias resolvidas (um pelo erro de código, outro pela homenagem musical), o maior e mais intrigante mistério de Mortal Kombat não está em um código secreto ou em uma luta difícil. Ele está pendurado em uma árvore, na fase Living Forest (Floresta Viva) de Mortal Kombat 2. O corpo de um guerreiro é visível ao fundo, servindo como uma macabra decoração que atravessou gerações de consoles.
E o nome dele é… Awmuh.
O guerreiro foi criado por Tony Goskie, designer dos cenários de Mortal Kombat 2. Embora Awmuh seja uma figura icônica para os fãs mais detalhistas, a revelação mais chocante é que nem mesmo John Tobias disse conhecer a história do guerreiro. Ed Boon, lendário co-criador da série, reforçou o enigma, afirmando que apenas Tony Goskie conhece a verdadeira história por trás de Awmuh, um segredo que, até hoje, jamais foi revelado. Em um universo onde bugs e lendas urbanas acabam virando personagens canônicos, o segredo mais profundo é a origem de um corpo esquecido, cujo mistério permanece insolúvel e continua a assombrar os cantos mais sombrios de Outworld.
