Nova HQ da coleção BD Disney tem visual encantador, mas falta ousadia
Mickey e os Mil Bafos, lançado pela Panini Comics, chega com a proposta de trazer uma aventura medieval mágica estrelada pelo camundongo mais famoso do mundo. No entanto, a HQ escrita por Jean-Luc Cornette e ilustrada por Thierry Martin não consegue sair da zona de conforto e resulta em uma narrativa sem tempero.
A trama acompanha Mickey, Minnie e Pluto em um passeio pela floresta que rapidamente se transforma em confusão quando Minnie se perde e acaba na casa do mago Clodomiro. Um acidente com uma poção de multiplicação dá início a uma jornada com dragões, cavaleiros e clones, mas sem o impacto esperado.
A coleção BD Disney busca oferecer releituras criativas dos personagens clássicos, e muitos títulos da linha conseguem unir nostalgia e inovação. Infelizmente, Mickey e os Mil Bafos não atinge esse equilíbrio. A história se mantém dentro de uma fórmula segura, sem explorar novas possibilidades ou surpreender o leitor.
Se o roteiro não empolga, a arte de Thierry Martin é um dos pontos altos da HQ. O estilo retrô, com traços fluidos e cenários ricos em detalhes, transporta o leitor para um universo medieval cheio de charme. As splash pages, em especial, impressionam e demonstram a habilidade do artista em construir um mundo visualmente cativante.
Apesar do visual encantador, Mickey e os Mil Bafos fica aquém do que se espera de uma releitura moderna dos personagens Disney. A história segue um caminho previsível e pouco arriscado, deixando a sensação de que poderia ter sido muito mais do que um conto infantil genérico. Para fãs de artes bem trabalhadas, vale a pena conferir. Para quem busca uma trama inovadora, talvez seja melhor procurar outra aventura.