Personagem que criticava o capitalismo com humor retorna em edição caprichada via financiamento coletivo
A Veneta abriu nesta semana, por meio do Catarse, a pré-venda de Shmoo, uma das tiras mais emblemáticas do quadrinista norte-americano Al Capp. Sucesso absoluto entre 1948 e 1976 nas páginas de Li’l Abner — conhecido no Brasil como Ferdinando —, o Shmoo agora chega em uma edição completa, contextualizada e com extras que mergulham o leitor na mente ferina de um dos cartunistas mais influentes do século XX.

Recheado de humor afiado e crítica social, Os “shmoos” são criaturinhas fofas e multifuncionais — capazes de se transformar em alimentos, objetos úteis e de se multiplicar — que, em sua bondade, ameaçam colapsar o capitalismo ao oferecer tudo de graça, virou fenômeno cultural. Frank Sinatra adorava. A rainha Elizabeth II também. O criador? Al Capp, um gênio da sátira, tão polêmico quanto popular — e uma presença recorrente em talk shows como o Tonight Show e o Ed Sullivan Show. A sátira social de Capp inspirou nomes como René Goscinny, Charles Schulz e Matt Groening, e agora ganha peso editorial pela primeira vez em português.

A edição brasileira, organizada pelo lendário Denis Kitchen — curador e guardião da obra de Capp —, inclui fotografias raras, ilustrações originais, notas explicativas e uma tradução afiada assinada por Alexandre Barbosa de Souza. Com 196 páginas no formato 21×23 cm e acabamento de luxo, o livro será lançado em julho, com direito a brindes exclusivos para os apoiadores do Catarse.

A movimentação marca a segunda incursão da Veneta pelo financiamento coletivo, depois do estrondoso sucesso de Jerusalém, de Alan Moore, que arrecadou R$ 435 mil em 2024. A editora mantém sua proposta de apostar em obras ousadas, críticas e que desafiam a obviedade do mercado.