maio 19, 2025
Literatura

Cured: Lol Tolhurst abre a alma e os bastidores do The Cure

Lol Tolhurst e Robert Smith, 1983. Getty Images/Fin Costello

Memórias sinceras revelam a origem da banda, os excessos da fama e uma dolorosa jornada de redenção

Em Cured: A História de Dois Imaginary Boys, lançado pela editora Belas Letras, Lol Tolhurst — baterista e tecladista fundador do The Cure — entrega mais do que uma biografia nostálgica: ele mergulha fundo nos fantasmas que assombraram sua juventude, nos laços criativos que moldaram uma geração e nas cicatrizes que a fama deixou.

O livro atravessa sua infância em Horley, onde conheceu Robert Smith, passando pelo nascimento do The Cure e os bastidores de álbuns definitivos como Faith, Pornography e Disintegration. Mas Tolhurst não escreve para impressionar com datas e bastidores: ele busca exorcizar memórias. O vício, a exclusão da banda e a lenta reconstrução da própria identidade são o coração pulsante do relato.

Lol Tolhurst. Foto/Josh Telles

Em uma das passagens mais emocionantes, o reencontro com Smith em uma praia do Havaí encerra anos de silêncio. Sem grandiloquência, sem acertos dramáticos — apenas dois amigos marcados pela música e pela vida. É nesse tom cru, sem heroísmo, que Tolhurst constrói seu livro. Ele não busca perdão, apenas verdade.

O que poderia ser só um compêndio de anedotas vira uma crônica sobre lealdade, autodestruição e, sim, cura. Para fãs do The Cure, o livro é recheado de bastidores, encontros com bandas como Joy Division e ecos da era dourada do pós-punk. Mas o acerto maior está em sua coragem de contar a parte feia da história — e sair vivo dela.

Cured: a História de Dois Imaginary Boys (Edição em Capa Dura com Brindes) pré-venda 31 julho.

Com edição de luxo (capa dura, pintura trilateral, fitilho e brindes para os primeiros leitores), Cured é uma leitura urgente para quem acredita que rock é mais do que pose: é carne, memória e sobrevivência.

Editor
Ilustrador, cartunista e quadrinista com mais de 30 anos de carreira. Premiado internacionalmente, destaca‐se pela crítica ácida e humor irreverente. Agora, como editor do HQPOP, ele traduz a cultura pop com ousadia e criatividade.

3 Comentários

  • Davi Lira maio 1, 2025

    Estou louco para ler, a história dessa banda é importante pra todo um movimento!!!

  • Darlan maio 1, 2025

    Materia linda Mr. Coe…parabéns!

  • Francisco maio 2, 2025

    Eu sempre considerei Lou Tolhust como um dos músicos mais injustiçados do rock. Ele criou abatida de pelo menos três álbuns elementares do pós-punk: Seventeen Seconds, Faith e Pornography. Quando escutamos hits como A Forest, Hanging Garden ou Charlote Sometimes e muitos outros, não lembramos, mas as batidas tribais e secas foram criadas por ele.

    Parabéns pela matéria,

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