Mergulhe na história real de Chico Pé de Pato e surpreenda-se com os bastidores chocantes dos anos de chumbo!
O quadrinho jornalístico ao unir o poder visual das HQs com a crueza do jornalismo investigativo – uma fórmula consagrada por mestres como Joe Sacco, Guy Delisle e Keiji Nakazawa. Longe da ficção escapista, esse gênero desenterra fatos reais e convida o leitor a mergulhar em histórias que marcaram épocas.
Em Justiceiro – Anos de Chumbo, Douglas Freitas, com sua escrita de traço tarantinesco, nos transporta para os últimos anos da ditadura brasileira, uma era em que a grande mídia escondia verdades em meio a imagens manipuladas. Mesmo antes da datenização da TV, poucos ousavam mostrar os bastidores sombrios de um país à beira do abismo – e é justamente aí que essa HQ se destaca.
A narrativa, meticulosamente pesquisada, revela a chocante trajetória de um comerciante que, após ter sua esposa e filha brutalmente atacadas por dois bandidos, se transforma no mais temido matador de aluguel da Zona Leste de São Paulo. Conhecido como Chico Pé de Pato – apelido que ecoa até hoje como sinônimo de justiceiro implacável – sua história foi, na época, estampada nas páginas do jornal Notícias do Dia. Agora, a HQ resgata essas reportagens, entrevistas, documentários e relatos, tecendo um mosaico histórico que prende a atenção do começo ao fim.

A arte de Alberto Pessoa uma verdadeira homenagem ao mestre Shima. Seus desenhos evocam a textura da xilogravura, onde a retícula se transforma em meio-tom no chiaroscuro, criando uma atmosfera que captura a intensidade dos momentos retratados. Cada traço convida o leitor a sentir a tensão e a emoção de uma era de sombras e contradições.
Escrito pelo advogado, escritor e quadrinista Douglas Freitas – com contribuições textuais de Julio Shimamoto e do professor Rodrigo Freire de Carvalho e Silva – Justiceiro – Anos de Chumbo é mais do que uma HQ; é um documento gráfico que reconta uma lenda urbana brasileira com a veracidade de um repórter de campo.

A editora Tábula acertou em cheio ao lançar essa obra que desafia o leitor a repensar os limites entre arte e jornalismo. Se você é fã de narrativas intensas, que misturam o vigor do jornalismo investigativo com a liberdade expressiva dos quadrinhos, essa é uma leitura que você não pode deixar passar.