Lançamento da Belas Letras expõe a trajetória do vocalista do Bad Religion entre rebeldia punk e reflexão acadêmica
Greg Graffin não é apenas a voz de uma das bandas mais influentes do punk californiano. Em Paradoxo Punk: Memórias de Greg Graffin, lançado pela editora Belas Letras, o frontman do Bad Religion mergulha fundo em sua jornada dividida entre palcos incendiários e salas de aula universitárias, atravessando contradições com honestidade brutal.
Com uma prosa afiada e sem filtros, Graffin repassa os momentos que moldaram sua visão de mundo — da infância no Centro-Oeste americano à ebulição da cena punk de Los Angeles nos anos 1980. Entre riffs e revoltas, ele encara de frente temas como fé, política, ciência e as cicatrizes da vida em turnê. Não foge de polêmicas, como a rejeição do disco Into the Unknown ou o contrato com uma grande gravadora, que dividiu fãs e acendeu o debate sobre integridade no punk.

Mas o livro vai além da nostalgia barulhenta. Graffin também revela seu lado acadêmico: doutor em biologia, ele costura reflexões sobre Darwin, ética e cultura pop com a mesma intensidade com que brada versos como “American Jesus”. Sem fórmulas, ele defende uma visão de mundo em que rebeldia e racionalidade andam lado a lado.

Paradoxo Punk é mais do que uma autobiografia de um ícone punk — é um manifesto sincero sobre a complexidade de viver entre extremos. Um livro para quem busca mais do que acordes rápidos: ideias afiadas, memórias turbulentas e a eterna tensão entre quebrar tudo e entender o porquê.
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