maio 19, 2025
Literatura

Paradoxo Punk mergulha nas memórias cruas de Greg Graffin

Bad Religion na California em julho de 1998.

Lançamento da Belas Letras expõe a trajetória do vocalista do Bad Religion entre rebeldia punk e reflexão acadêmica

Greg Graffin não é apenas a voz de uma das bandas mais influentes do punk californiano. Em Paradoxo Punk: Memórias de Greg Graffin, lançado pela editora Belas Letras, o frontman do Bad Religion mergulha fundo em sua jornada dividida entre palcos incendiários e salas de aula universitárias, atravessando contradições com honestidade brutal.

Com uma prosa afiada e sem filtros, Graffin repassa os momentos que moldaram sua visão de mundo — da infância no Centro-Oeste americano à ebulição da cena punk de Los Angeles nos anos 1980. Entre riffs e revoltas, ele encara de frente temas como fé, política, ciência e as cicatrizes da vida em turnê. Não foge de polêmicas, como a rejeição do disco Into the Unknown ou o contrato com uma grande gravadora, que dividiu fãs e acendeu o debate sobre integridade no punk.

Greg Graffin, do Bad Religion, se apresenta no The Forum em 8 de dezembro de 2018, em Inglewood, Califórnia (Foto de Emma McIntyre/Getty Images para a KROQ/Entercom)

Mas o livro vai além da nostalgia barulhenta. Graffin também revela seu lado acadêmico: doutor em biologia, ele costura reflexões sobre Darwin, ética e cultura pop com a mesma intensidade com que brada versos como “American Jesus”. Sem fórmulas, ele defende uma visão de mundo em que rebeldia e racionalidade andam lado a lado.

Paradoxo Punk é mais do que uma autobiografia de um ícone punk — é um manifesto sincero sobre a complexidade de viver entre extremos. Um livro para quem busca mais do que acordes rápidos: ideias afiadas, memórias turbulentas e a eterna tensão entre quebrar tudo e entender o porquê.

Editor
Ilustrador, cartunista e quadrinista com mais de 30 anos de carreira. Premiado internacionalmente, destaca‐se pela crítica ácida e humor irreverente. Agora, como editor do HQPOP, ele traduz a cultura pop com ousadia e criatividade.

2 Comentários

  • Neto Leão maio 2, 2025

    Encontro de genialidades, uma na universidade e outra na banda! Muito bom! Antes eu não ouvia Bad Religion porque eu achava comercial demais, quase uma negação ao punk pobre e periférico, hoje eu tenho até camisa da banda, porque minha percepção se alinhou à questão, de modo que compreendo muito bem as músicas que antes eu ingloriamente negava. Hoje, para mim, Bad Religion é Lado B no rock!

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