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Conheça 10 nomes da literatura brasileira no Dia do Escritor

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De Machado de Assis a Carla Madeira, a data é uma oportunidade para valorizar vozes que construíram e continuam transformando a escrita nacional

Celebrado em 25 de julho, o Dia do Escritor é um convite à leitura e à valorização da produção literária brasileira. Ao longo do tempo, o país construiu um acervo rico e diverso de autores que ajudaram a contar, refletir e reinterpretar a sociedade em diferentes momentos históricos, que vêm renovando o interesse dos leitores brasileiros por meio de narrativas contemporâneas, acessíveis e, muitas vezes, adaptadas para outras mídias.

Para marcar a data, reunimos 10 autores brasileiros que representam esse equilíbrio entre tradição e inovação. A seleção inclui nomes consagrados como Machado de Assis, Clarice Lispector e Carolina Maria de Jesus, que deixaram marcas profundas na história da literatura, ao lado de autores contemporâneos como Raphael Montes, Carla Madeira e Itamar Vieira Junior, que vêm conquistando novos públicos com obras que dialogam com os dilemas e transformações do mundo atual. Confira:

Foto/Divulgação

Machado de Assis – Autor fundamental para a consolidação da literatura brasileira, Machado rompeu com os modelos tradicionais do romantismo e inaugurou uma escrita mais crítica, irônica e psicológica. Seu estilo singular e a força de suas obras continuam sendo reconhecidos dentro e fora do país. Entre seus livros mais emblemáticos estão Memórias Póstumas de Brás Cubas. De acordo com o Britannica School, a reputação de Machado como um dos maiores escritores brasileiros se baseia nesta obra, em seus contos e em dois romances posteriores — Quincas Borba (1891) e sua obra-prima, Dom Casmurro (1899), uma jornada perturbadora e intensa pela mente de alguém consumido pelo ciúme. Traduções para o inglês de seus contos incluem The Devil’s Church, and Other Stories (1977), The Psychiatrist, and Other Stories (1963), A Chapter of Hats: Selected Stories (2008) e The Collected Stories of Machado de Assis (2018).

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Clarice Lispector – Considerada uma das maiores escritoras brasileiras e uma das vozes literárias mais singulares do século 20, Clarice Lispector construiu uma obra marcada pela introspecção, pela linguagem inovadora e por uma abordagem existencial das emoções humanas. Sua literatura, muitas vezes centrada em personagens femininas em crise, ultrapassa fronteiras geográficas e temporais, oferecendo ao leitor experiências intensas de autoconhecimento e reflexão. Segundo o Britannica School, seu primeiro romance, Perto do coração selvagem (1944), publicado quando ela tinha 24 anos, foi aclamado pela crítica por sua interpretação sensível da adolescência. Em obras posteriores, como A maçã no escuro (1961), A paixão segundo G.H. (1964), Água viva (1973), A hora da estrela (1977) e Um sopro de vida: pulsações (1978), seus personagens, alienados e em busca de sentido na vida, aos poucos adquirem consciência de si mesmos e aceitam seu lugar em um universo arbitrário, mas eterno.

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Graciliano Ramos – Conforme destaca o Britannica School, Graciliano Ramos (nascido em 27 de outubro de 1892, Quebrângulo, Brasil — falecido em 20 de março de 1953, Rio de Janeiro) foi um romancista regional brasileiro cujas obras exploram as vidas de personagens marcados pela miséria rural do nordeste do Brasil. Ramos passou a maior parte de sua vida em Palmeira dos Índios, no estado de Alagoas, onde foi proprietário de uma loja geral e prefeito. Suas memórias, Infância (1945), descrevem os perigos das condições econômicas de sua família na área afetada pela seca, sua educação precária e o aprendizado que ele construiu por conta própria lendo obras de Émile Zola, José Maria de Eça de Queirós, Fiódor Dostoiévski e Maxim Gorki. Em 1938, publicou seu romance mais conhecido, Vidas Secas, a história de uma família de camponeses fugindo da seca. Suas Memórias do Cárcere (1953) foram publicadas postumamente.

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Jorge Amado – De acordo com o Britannica School, Jorge Amado (nascido em 10 de agosto de 1912, Ferradas, perto de Ilhéus, Brasil — falecido em 6 de agosto de 2001, Salvador) foi um romancista brasileiro cujas histórias sobre a vida no estado da Bahia, no litoral leste do Brasil, conquistaram reconhecimento internacional. Publicou seu primeiro romance aos 19 anos. Três de suas primeiras obras tratam das plantações de cacau, enfatizando a exploração e a miséria dos migrantes negros, mulatos e brancos pobres que colhiam o fruto, geralmente expressando soluções comunistas para os problemas sociais. A melhor dessas obras, Terras do sem fim (1942; A Terra Violenta), sobre a luta entre fazendeiros rivais, tem a grandeza primitiva de uma saga popular.

Foi preso já em 1935 e exilado periodicamente por suas atividades de esquerda, e muitos de seus livros foram banidos no Brasil e em Portugal. Continuou produzindo romances com facilidade, a maioria deles picarescos, narrativas irreverentes da vida urbana baiana, especialmente das classes populares racialmente mestiças. Gabriela, cravo e canela (1958) e Dona Flor e seus dois maridos (1966; filme em 1978) preservam a atitude política de Amado em sua sátira. Suas obras posteriores incluem Tenda dos milagres (1969), Tieta do agreste (1977), Tocaia grande (1984) e O sumiço da santa (1993). Amado publicou suas memórias, Navegação de cabotagem, em 1992.

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Nélida Piñon – Como aponta o Britannica School, Nélida Piñon (nome completo Nélida Cuiñas Piñon, nascida em 3 de maio de 1937, Vila Isabel, Rio de Janeiro, Brasil — falecida em 17 de dezembro de 2022, Lisboa, Portugal) foi uma romancista e contista brasileira conhecida por seu estilo de prosa incomum e pelo uso inventivo da língua portuguesa. O pai de Piñon era imigrante da Galícia, Espanha. Aos 10 anos, Piñon e sua família mudaram-se para a Galícia por dois anos e viveram na pequena vila rural onde seu pai havia crescido. Lá, ela aprendeu galego, e essa experiência teve uma influência poderosa em seus escritos posteriores. Desde jovem, cultivava amor por livros e narrativas, sendo incentivada pelo pai, que lhe concedeu uma conta aberta em uma livraria local do Rio de Janeiro. Piñon estudou na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro e formou-se em jornalismo. Começou a publicar ficção na década de 1960.

Seu primeiro romance, Guia-mapa de Gabriel Arcanjo (1961), aborda temas recorrentes em sua obra. Em um longo diálogo entre a protagonista feminina, Mariella, e o arcanjo Gabriel, discutem seu desejo de viver fora do dogma cristão. A maior parte de seu trabalho tem base em fontes religiosas. Temas de misticismo e religião reaparecem em livros posteriores, como Madeira feita cruz (1963) e Fundador (1969; vencedor do Prêmio Walmap do Brasil, 1970). Entre essas obras, publicou sua primeira coletânea de contos: Tempo das frutas (1966). Em 1970, lançou um programa de escrita criativa na Universidade Federal do Rio de Janeiro. Seu romance seguinte, A casa da paixão (1972; vencedor do Prêmio Mário de Andrade da Associação Brasileira de Críticos de Arte, 1973), explora o despertar sexual de uma jovem. Outros romances eróticos incluem A força do destino (1977) e Vozes do deserto (2004).

Em 1989, ingressou na Academia Brasileira de Letras e, entre 1996 e 1997, foi a primeira mulher presidente da instituição. Em 1995, tornou-se a primeira brasileira e a primeira mulher a ganhar o Prêmio Juan Rulfo do México para Literatura Latino-Americana e Caribenha (hoje Prêmio FIL). Também recebeu o Prêmio Rosalía de Castro (2002) e o Prêmio Príncipe de Astúrias de Literatura da Espanha (2005).

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Raphael Montes – Um dos principais nomes atuais do thriller e do suspense psicológico brasileiro. Destacou-se por explorar o lado mais sombrio da mente humana, criando narrativas inquietantes, repletas de tensão, violência e dilemas morais. Sua escrita é direta, envolvente e cheia de reviravoltas que prendem o leitor do início ao fim, sempre com um olhar crítico sobre a sociedade. Entre suas obras mais conhecidas estão Dias Perfeitos e Bom Dia, Verônica.

O primeiro é um romance perturbador sobre obsessão, no qual o protagonista, um jovem estudante de medicina, sequestra a mulher por quem está apaixonado, acreditando que assim conquistará seu amor. Já Bom Dia, Verônica, escrito em parceria com Ilana Casoy sob o pseudônimo Andrea Killmore, apresenta uma policial que investiga crimes sexuais e violência doméstica, desvendando os horrores escondidos por trás das aparências. O livro foi um sucesso de público e serviu de base para a série homônima lançada pela Netflix.

Foto: Adenor Gondim/Divulgação

Itamar Vieira Junior – Geógrafo e escritor reconhecido por sua abordagem sensível e engajada das questões sociais e raciais brasileiras. Em seu romance de estreia, Torto Arado, narra a história de duas irmãs que vivem em uma comunidade rural no sertão da Bahia, revelando as dificuldades da vida no campo, a ancestralidade afro-brasileira e a luta pela terra. Com uma linguagem poética e marcada pela oralidade, o livro tornou-se um fenômeno literário, conquistando os prêmios Jabuti, Oceanos e LeYa. Sua obra destaca a resistência dos povos tradicionais e expõe a realidade de um Brasil invisibilizado, reafirmando a importância da literatura como instrumento de denúncia e afirmação identitária.

foto: Marcia Charnizon/Divulgação

Carla Madeira – Escritora brasileira que explora em suas obras os conflitos emocionais e as relações humanas, com uma prosa sensível e cheia de simbolismo. Seu livro mais conhecido, Tudo é Rio, narra a complexa história de amor, traição e redenção entre personagens que lidam com perdas profundas, mostrando a força dos laços afetivos mesmo em meio à dor. A trama acompanha um casal marcado por uma tragédia e o impacto de uma mulher envolta em mistério e sensualidade, tecendo uma narrativa intensa e poética. Em suas histórias, Carla une lirismo e realismo para investigar os instintos e sentimentos que moldam a experiência humana, conquistando leitores pela profundidade emocional e autenticidade.

Foto: Marcelo Correa / Divulgação.

Ana Paula Maia – Autora conhecida por seu estilo direto, seco e brutal, que retrata personagens marginalizados em ambientes sombrios e hostis, como matadouros, presídios e estradas. Em Enterre Seus Mortos, uma de suas obras mais emblemáticas, acompanha Edgar Wilson, um homem que recolhe animais mortos nas rodovias, em meio a uma atmosfera de silêncio, solidão e morte. Com uma escrita enxuta e impactante, Ana Paula revela a dura rotina desses trabalhadores invisíveis, explorando a desumanização, a resistência e a precariedade das relações sociais. Sua literatura rompe com os cenários urbanos e expõe um Brasil brutalizado, muitas vezes ignorado pela produção literária tradicional.

Foto/Rafael Barros

Jeferson Tenório – É escritor e professor cuja obra se dedica às questões raciais, identitárias e sociais, com uma narrativa sensível e profundamente humana. Em O Avesso da Pele, seu romance mais conhecido, o protagonista rememora a história do pai, um professor negro assassinado pela polícia, enquanto busca reconstruir sua própria identidade. A obra expõe o racismo estrutural, a violência policial e as heranças emocionais que atravessam gerações de famílias negras no Brasil. Com uma escrita lírica e reflexiva, Tenório apresenta um retrato comovente da experiência negra, reafirmando seu lugar como uma das vozes mais potentes da literatura brasileira contemporânea.

Com informações de assessoria de comunicação

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